Intimacy with God - Deeper Faith
No competitivo mundo dos seguros brasileiros, poucos nomes ressoam com tanta força quanto o de Fernanda Costa. Aos 38 anos, ela é considerada uma das corretoras mais influentes do país, com um portfólio de clientes que ultrapassa os 15 mil usuários e um faturamento anual que chega a R$ 50 milhões.
Mas sua história é muito mais que números impressionantes – é uma narrativa de superação, inteligência estratégica e um compromisso inabalável com a excelência.
Fernanda nasceu em uma família de classe média em São Paulo. Seu pai era mecânico e sua mãe professora. “Meus pais sempre me ensinaram que a educação era a melhor herança que poderiam me dar”, recorda com um sorriso nostálgico.
Com bolsa integral em uma escola particular, Fernanda se destacou desde cedo. Seus professores notavam sua capacidade analítica e sua habilidade excepcional em matemática. “Eu não era a aluna mais popular da escola, mas era a que mais questionava e queria entender os ‘porquês’ das coisas”, comenta.
Após o ensino médio, Fernanda enfrentou sua primeira grande decisão. Seus pais queriam que ela seguisse medicina, uma profissão tradicional e bem vista. Mas ela tinha outras ideias.
“Eu sabia que queria empreender. Não sabia exatamente em que, mas sabia que queria ser dona do meu destino.”
Fernanda ingressou na Universidade de São Paulo (USP) para estudar Administração de Empresas. Durante o segundo ano, ela precisava fazer um estágio para complementar sua renda. Foi quando conheceu o universo dos seguros.
Seu primeiro trabalho foi em uma corretora pequena, como assistente administrativa. “Eu ganhava pouco, mas observava tudo. Percebi rapidinho que havia um grande problema: a maioria dos corretores tratava o cliente como um número, não como uma pessoa que precisava de proteção real”, explica Fernanda.
Naquele período, o mercado de seguros no Brasil estava em transformação. Muitos corretores ainda usavam métodos antiquados, faxes e ligações telefônicas. Fernanda enxergou uma oportunidade onde outros viam apenas tradição.
Ao se formar em 2010, Fernanda tinha uma visão clara: revolucionar a forma como os seguros eram vendidos e gerenciados no Brasil. Em 2011, aos 24 anos, ela fez o que muitos consideravam loucura – pediu demissão e fundou sua própria corretora.
Com R$ 15 mil de economia (juntos com um empréstimo do pai), Fernanda abriu um pequeno escritório em um bairro periférico de São Paulo. “Não podia pagar aluguel em Pinheiros ou Vila Mariana, então comecei em um lugar mais acessível. Qualidade de atendimento não depende de endereço”, afirma.
Os primeiros meses foram desafiadores. Muito desafiadores.
Fernanda virou noites estudando legislação de seguros, fazendo certificações, entendendo cada tipo de apólice. “Eu recebia três ou quatro clientes por mês. Perdia a maioria deles porque não tinha experiência, não sabia falar a linguagem correta. Mas cada fracasso era uma lição valiosa”, recorda.
Em 2012, seu negócio estava à beira do colapso. Ela tinha apenas R$ 2 mil em caixa e precisava pagar R$ 1.200 de aluguel. Foi quando decidiu fazer algo radical.
Fernanda percebeu que o mercado tinha dois extremos: corretores muito pessoais mas desorganizados, ou grandes corretoras muito burocráticas e frias. Ela criou uma terceira via.
“Para mim, vender um seguro é fácil. Vender um seguro certo para a pessoa certa é a verdadeira profissão”, filosofa Fernanda.
Paralelamente, enquanto seus concorrentes ainda usavam papel, Fernanda investiu em tecnologia. Em 2013, desenvolveu (com ajuda de um programador amigo) um sistema próprio que integrava diferentes seguradoras, permitindo comparação automática de produtos.
“Enquanto outros corretores gastavam uma hora comparando seguros manualmente, meu sistema fazia em 5 minutos. Isso me permitia focar no que realmente importa: entender o cliente”, explica.
A combinação de humanização + tecnologia começou a dar resultados espetaculares.
AnoClientesFaturamento AnualFuncionários201350R$ 30 mil1 (ela mesma)2014200R$ 180 mil32015600R$ 800 mil620161.500R$ 3,5 milhões1220173.500R$ 10 milhões2520188.000R$ 25 milhões40201912.000R$ 40 milhões55
“Não gastei um centavo em publicidade nesses primeiros 8 anos”, revela Fernanda. “Meus clientes satisfeitos eram meus publicitários. Cada indicação que eles faziam já chegava com a história de como eu tinha resolvido um problema deles”.
Um cliente que comprou um seguro residencial com Fernanda e conseguiu indenização após um roubo no apartamento, passou a indicá-la para todos os seus amigos. Esse tipo de histórico se repetia constantemente.
Apesar do sucesso, Fernanda enfrentou barreiras específicas por ser mulher em um mercado dominado por homens.
“Nos primeiros 3 anos, muitos clientes homens preferiam falar com um ‘colega’ meu que não existia”, conta com uma risada irônica. “Eu tinha que provar constantemente minha competência. Um colega homem podia ter uma abordagem errada e era visto como imaturo; eu cometia o mesmo erro e era vista como incompetente.”
Fernanda não se vitimizou. Ao invés disso, transformou isso em combustível. “Decidi que não bastava ser boa. Tinha que ser excelente. Tinha que conhecer mais, estudar mais, trabalhar mais”, explica.
Ela conquistou uma série de certificações internacionais:
Hoje, ela é respeitada não como “a corretora mulher boa”, mas como “uma das melhores corretoras do país, que acontece ser mulher.”
Após dominar o mercado de seguros residenciais e automotivos, Fernanda expandiu para novas verticais.
Seguros Empresariais: Compreendendo que PMEs precisavam de proteção customizada, Fernanda criou um departamento especializado em seguros para pequenas e médias empresas. Hoje representa mais de 40% do seu faturamento.
Seguros de Vida e Previdência: Percebendo que seus clientes envelheciam, Fernanda se especializou em produtos de proteção de longo prazo. “Não é só vender uma apólice, é construir um futuro seguro para a família”, diz.
Seguros de Viagem e Saúde: Com a pandemia, percebeu uma oportunidade. “Meus clientes queriam trabalhar remotamente, viajar. Passei a oferecer soluções completas de proteção”, explica.
Fernanda sempre acreditou que sucesso profissional deveria vir acompanhado de responsabilidade social.
Em 2016, Fernanda criou o “Projeto Proteção”, um programa gratuito de educação financeira e seguros para comunidades de baixa renda em São Paulo.
“Eu cresci em uma família que não sabia sobre seguros. Meu pai trabajaba sem proteção de saúde adequada. Queria mudar isso para outras famílias”, explica sua motivação.
O programa já impactou mais de 50 mil pessoas, ensinando conceitos básicos de proteção financeira.
Fernanda criou o programa “Mulheres Seguros”, uma iniciativa para treinar e empregar mulheres como corretoras. “O mercado precisa de mais mulheres. Nós entendemos as necessidades das famílias de um jeito diferente”, afirma.
Até hoje, 60% dos seus funcionários são mulheres, e 40% deles já foram promovidos a gerentes ou especialistas.
Fernanda é conhecida por seu estilo de liderança horizontal e empático. “Eu não sou dona da empresa, sou facilitadora. Meu trabalho é criar as condições para que cada pessoa na minha equipe possa fazer seu melhor trabalho”, explica.
Sua empresa não tem hierarquia rígida. Qualquer funcionário pode propor ideias diretamente a ela. Se uma ideia é boa, é implementada independentemente de quem a sugeriu.
Todos os meses, a “Costa Seguros” realiza hackathons internos onde funcionários propõem melhorias nos processos. A melhor ideia recebe uma bonificação de R$ 2 mil.
“Estamos em um mercado de transformação digital. Se não inovarmos constantemente, seremos superados”, filosofa.
Quando questionada sobre os segredos de seu sucesso extraordinário, Fernanda compartilha cinco princípios fundamentais:
“Não existe ‘bom o suficiente’ para mim. Cada cliente merece o melhor atendimento, o melhor produto, a melhor solução. Se não puder oferecer isso, prefiro recusar o cliente.”
“Aprendo constantemente. Leio 2 livros por mês, faço 3 cursos por ano, e tenho um mentor que me desafia regularmente. O mercado muda, as pessoas mudam, eu preciso mudar também.”
“As pessoas compram de pessoas que confiam. Dedico tempo real para entender cada cliente, suas preocupações, seus sonhos. Esse tempo é investimento, não custo.”
“Planej planejar é importante, mas a capacidade de se adaptar é crucial. Você tem que ser água: fluida, adaptável, mas sempre chegando aonde precisa chegar.”
“Se estivesse só atrás de dinheiro, teria desistido há muito tempo. O que me motiva é saber que protegi a família de alguém, que dei um emprego digno para uma mulher que precisava, que educação mudou vidas.”
Apesar do sucesso consolidado, Fernanda enfrenta novos desafios em 2025.
“A inteligência artificial está revolucionando tudo. Precisamos absorver essa tecnologia sem perder o toque humano que nos diferencia”, explica preocupada mas animada.
Fernanda já está testando IA para análise de riscos e recomendações, mas mantém o toque humano na implementação.
“Agora estou competindo com fintechs bilionárias. Eles têm mais capital, mais tecnologia. Minha vantagem é relacionamento genuíno e conhecimento profundo”, analisa.
“Quero que minha empresa deixe um legado positivo. Estamos desenvolvendo produtos de seguros ‘verdes’, incentivando práticas sustentáveis, educando sobre mudanças climáticas”, compartilha sua visão futura.
Apesar da carga de trabalho intensa, Fernanda prioriza vida pessoal.
Fernanda é casada com Bruno, um engenheiro de software que conheceu na faculdade. Eles têm dois filhos: João (12 anos) e Marina (9 anos).
“Meu marido é meu maior apoiador. Ele entende minha paixão pelos negócios e sempre fez sacrifícios para apoiar minha carreira. Mas eu também garanto que tenha tempo de qualidade com minha família”, afirma.
Todos os finais de semana, a família desativa celulares e dedica tempo juntos.
“Nunca sacrifiquei minha saúde pelo trabalho. Acordo às 5 da manhã para correr ou fazer yoga. Vou ao psicólogo regularmente. Médico anual. Durmo bem”, enumera seus hábitos.
Fernanda é apaixonada por leitura, especialmente biografias de mulheres líderes. Também pinta (é uma artista amadora talentosa) e viaja regularmente com a família.
“O sucesso sem equilíbrio é vazio. Trabalho para viver bem, não vivo para trabalhar”, filosofa.
Como mulher que venceu em um mercado machista, Fernanda tem mensagens poderosas para outras mulheres.
“Muitas mulheres esperam que alguém as ‘permita’ ser bem-sucedidas. Para com isso. Você não precisa de permissão. Você precisa de ação.”
“Vão dizer que você é agressiva (quando homem é ‘assertivo’), que você é fria (quando homem é ‘profissional’), que você é ambiciosa demais. Ótimo. Use isso como combustível.”
“Dinheiro é consequência, não objetivo. Se seu objetivo é dinheiro, vai desistir na primeira dificuldade. Meu objetivo sempre foi ajudar pessoas a se protegerem. Dinheiro veio como resultado.”
“Pague os melhores cursos. Contrate os melhores mentores. Compre os melhores livros. Seu maior ativo é você mesma. Invista nele como se fosse seu maior negócio.”
“Encontre outras mulheres que estão subindo. Criem uma rede. Se levem umas às outras. A competição não é entre mulheres, é contra os sistemas que nos limitam.”
Quando questionada sobre seus próximos passos, Fernanda tem visões ambiciosas.
“Quero estar em todos os estados brasileiros em 3 anos. Cada região tem características específicas, vou adaptar meu modelo a cada uma.”
“A longo prazo, quero transformar ‘Costa Seguros’ em uma seguradora própria. Não apenas corretora, mas provedora de soluções.”
“Quero passar conhecimento. Estou desenvolvendo um programa de mentoria para jovens empreendedoras. O sucesso não significa nada se não puder ajudar outros a alcançá-lo.”
Quando questionada se há planos de abertura de capital, Fernanda sorri misteriosamente: “Nunca diga nunca. Mas por enquanto, prefiro controlar meu destino. Um dia, talvez.”
A história de Fernanda Costa é mais que sucesso empresarial. É um testimonio do poder da determinação, inteligência, humanidade e inovação. Em um mercado que muitos veem como ultrapassado, ela criou uma revolução.
Começou com R$ 15 mil e paixão pela excelência. Hoje, com R$ 50 milhões em faturamento anual, continua com a mesma paixão, agora multiplicada.
Mas talvez o maior sucesso de Fernanda não sejam os números. É o impacto que deixa: as 50 mil pessoas educadas sobre proteção financeira, as 60 mulheres empregadas em posições de liderança, os 15.800 clientes que dormem melhor porque sabem que estão protegidos.
Fernanda Costa não é apenas uma corretora de seguros de sucesso. É um símbolo de que no Brasil, com coragem, inteligência e humanidade, é possível revolucionar mercados inteiros.
E sua história está longe de terminar. De fato, talvez esteja apenas começando.
